Um estelionatário se passando por agente de atendimento ao cliente de um banco liga para sua vítima relatando que encontrou uma alerta de transação suspeita no cartão de crédito dela (o que nunca aconteceu). A vítima, horrorizada por acreditar que está sendo roubada pede que o cartão seja bloqueado, nesse momento o golpista se aproveita e fala que enviará um motoboy para recolher o plástico e a senha para permitir o banco conhecer “a origem do golpe”. Antes de encerrar a ligação, o golpista pede à vítima que corte o cartão em pedaços com uma tesoura, mas tomando cuidado para não danificar o chip.
Isso que acabei de dizer é o golpe do Motoboy, uma fraude que virou um clássico no Brasil e afeita principalmente a idosos e aposentados que moram nos estados de São Paulo, Rio, Mina de Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco, mas desde que começou a pandemia em março deste ano, os casos aumentaram 65%, segundo dados publicados na pesquisa que publicou a Fedebraban (Federação Brasileira de Bancos), agora em agosto.
No final, as vítimas desesperadas ficam reclamando pro Banco, que diz não se responsabilizar pela reposição do dinheiro se a pessoa “voluntariamente” deu o cartão a terceiros. Essa disputa usualmente termina entre advogados e processo judiciais.
A mesma pesquisa da Fedebraban também revelou que desde março, quando começou a pandemia, as tentativas de golpe contra idosos aumentaram 60%, e embora o investimento dos bancos por ano em segurança é por volta dos R$ 2 bilhões, é evidente que ainda faltam mais soluções e esforços para solucionar o problema da fraude na América Latina.