A identidade digital em fintechs representa um pilar fundamental. Com a digitalização dominando as relações corporativas, a conveniência e a segurança andam de mãos dadas, e a capacidade de verificar e proteger a identidade dos usuários se faz mais importante do que nunca. As fintechs, com sua natureza inovadora e ágil, estão na vanguarda desta revolução digital, oferecendo soluções financeiras acessíveis e eficientes.
Entretanto, a complexidade e os desafios associados à identidade digital são significativos e variados. Desde garantir a segurança dos dados pessoais até combater fraudes e garantir a conformidade regulatória, as fintechs enfrentam uma série de obstáculos que precisam ser superados para garantir a confiança e a satisfação dos clientes.
Por isso, preparei este artigo para discutir os principais desafios envolvendo a identidade digital em fintechs, destacando sua importância e relevância no cenário financeiro atual.
O Relatório Anual Fintech 2023, fruto de uma colaboração entre a NTT DATA, a Associação Fintech México e o escritório de advocacia Nader Hayaux y Goebel, analisa o comportamento do setor das fintechs no contexto das dinâmicas econômicas e sociais específicas do mercado mexicano.
O documento apresenta um panorama completo do setor, apontando dados sobre os principais desafios enfrentados por essas instituições no cenário recente, os quais apresento a seguir.
Um dos principais desafios com a identidade digital enfrentado pelas fintechs sob o ponto de vista da inclusão financeira é a dificuldade de alcançar e integrar indivíduos que estão fora do sistema financeiro tradicional. Muitos desses indivíduos carecem de documentos de identificação formais ou históricos financeiros que são normalmente exigidos para acessar serviços financeiros.
Ademais, o número de clientes sem atendimento adequado ou com soluções financeiras básicas é um tanto expressivo - justamente por isso, precisa ser encarado como prioridade estratégica. Dito isso, é preciso que as fintechs desenvolvam propostas de valor tão atraentes quanto lucrativas, reafirmando seu compromisso com o desenvolvimento social e sua responsabilidade para com a geração de valor, incluindo esses novos segmentos.
Para abordar esse desafio, as fintechs precisam promover a educação digital e a alfabetização financeira entre os segmentos mais vulneráveis da população, além de garantir processos de verificação de identidade que sejam robustos, mas não complexos ou excludentes.
Se, nos dias de hoje, a digitalização da interação com os clientes e a padronização de processos automatizados resultam em um custo marginal por cliente menor do que no passado, tornando mais fácil atingir a rentabilidade por cliente, a digitalização do próprio cliente facilita a criação de sinergias e escalas que fortalecem os modelos de negócio atuais.
Esse fenômeno se deve, em grande parte, à formação de redes, nas quais os modelos de "member get member" e prescritores digitais se tornam muito importantes. O Relatório Anual Fintech 2023 aponta que a taxa de confiança nas recomendações costuma ser entre 80-85% mais alta quando vêm de amigos e conhecidos do que diretamente de uma marca.
Nos primeiros anos de interação com as Fintechs, as instituições financeiras usaram a segurança como um dos seus principais diferenciais em relação a esses novos concorrentes. Contudo, com o tempo e o aumento da confiança dos clientes no comércio digital, essa vantagem foi se reduzindo e mais clientes começaram a confiar nas novas empresas do setor.
Assim, pôde-se observar um expressivo aumento dos investimentos e no surgimento de novas Fintechs com propostas de valor mais abrangentes. O Relatório Anual Fintechs 2023 mostra que, segundo a Mastercard, 81% dos consumidores americanos utilizam uma ferramenta Fintech vinculada à sua conta bancária principal, e essa porcentagem sobe para 92% entre os Millennials e 93% entre a Geração Z.
Do ponto de vista legal, uma Fintech é uma instituição que utiliza tecnologia para oferecer serviços financeiros de maneira inovadora - sejam instituições de pagamento eletrônico, plataformas de financiamento coletivo ou outros modelos de negócios baseados em tecnologia.
Portanto, é correto afirmar que as fintechs, por sua própria natureza, enfrentam desafios regulatórios complexos em relação à identidade digital. Elas devem cumprir leis de proteção de dados como o GDPR e LGPD, garantindo a privacidade dos usuários.
As exigências de Conheça Seu Cliente (KYC) e Prevenção à Lavagem de Dinheiro (AML) requerem processos robustos de verificação e monitoramento de transações. Perceba, portanto, que operar em múltiplas jurisdições exige adaptação às diversas regulamentações locais.
Como se não bastasse, faz-se necessário acompanhar continuamente as mudanças nas leis e garantir a interoperabilidade entre sistemas diferentes. As fintechs também precisam documentar e auditar suas atividades de conformidade, promovendo transparência e confiança. Navegar eficazmente nesse ambiente regulatório é decisivo para evitar penalidades e construir credibilidade.
No México, por exemplo, o setor das fintechs é regulamentado pela Lei Fintech, que estabelece diretrizes para a operação de instituições de tecnologia financeira. A lei visa promover a inovação, proteger os consumidores e garantir a estabilidade do sistema financeiro.
As entidades reguladoras no México têm se adaptado às mudanças no setor Fintech, implementando novas regras e diretrizes para acompanhar o ritmo da inovação - o que inclui a criação de sandboxes regulatórios e a promoção da autorregulação do setor.
As fintechs enfrentam vários desafios ao adotar tecnologias para identidade digital. Esses desafios incluem escolher e implementar tecnologias avançadas como biometria e IA, integrá-las com sistemas legados, e garantir escalabilidade e desempenho. A segurança dos dados é fundamental, exigindo medidas robustas contra fraudes e acessos não autorizados.
É necessário equilibrar segurança com uma experiência de usuário fluida, além de investir em treinamento contínuo e gerenciar custos. Manter as tecnologias atualizadas, garantir conformidade com regulamentações e lidar com a falta de padrões globais também são desafios importantes. Superar esses obstáculos é vital para oferecer soluções seguras e eficientes e fortalecer a competitividade no mercado financeiro digital.
Os clientes esperam serviços financeiros que se integrem perfeitamente com outras experiências digitais em tempo real, como pagamentos instantâneos e opções de "Buy Now, Pay Later" (BNPL).
A crescente demanda por soluções financeiras embutidas em serviços não financeiros, como o pagamento automático ao sair de um Uber, pressiona as fintechs a desenvolver tecnologias que suportem transações e validações de identidade em tempo real.
Com o setor BNPL projetado para crescer significativamente, as fintechs precisam garantir que suas soluções sejam rápidas e eficientes, utilizando avanços tecnológicos como biometria e novos sistemas de pagamento.
A democratização da informação e as regulamentações de Open Banking aumentam a pressão sobre as fintechs para fornecer total transparência.
As fintechs devem se adaptar às exigências, melhorar a transparência dos custos e adotar tecnologias que reduzam o custo marginal de produção e entrega para manter uma vantagem competitiva.
A crescente preocupação com a sustentabilidade exige que as fintechs integrem atributos sustentáveis em seus produtos e serviços. A demanda por investimentos e pagamentos sustentáveis está aumentando, e os clientes esperam ver ações concretas, como compensação de pegada de carbono e apoio a causas sociais.
As fintechs precisam utilizar tecnologias como IA e blockchain para desenvolver soluções sustentáveis de forma eficaz e atender a essa demanda crescente.
A digitalização e o foco em dados transformaram a visão das fintechs de centrada no produto para centrada no cliente e, mais recentemente, para centrada em dados - sendo necessária a implementação de soluções tecnológicas mais avançadas e eficientes, como plataformas em nuvem (Cloud Centric), para otimizar a lida com os dados do cliente.
As fintechs precisam garantir que suas infraestruturas tecnológicas suportem a coleta e análise de dados em grande escala, proporcionando insights valiosos para melhorar a experiência do usuário e a oferta de serviços.
As fintechs enfrentam desafios significativos de concorrência e regulação no setor de identidade digital. O processo de autorização para atuar como Instituição Financeira de Pagamento Eletrônico (IFPE) ou Instituição Financeira de Crédito (IFC) é longo e complexo, exigindo capital e expertise que muitas fintechs não possuem.
Essa dificuldade limita a inovação e o crescimento, com apenas uma pequena parte das fintechs operando sob a Lei Fintech, enquanto a maioria permanece em regimes normativos menos favoráveis.
Como se pode perceber, são vários os desafios enfrentados pelas fintechs no âmbito da identidade digital, incluindo a demanda por soluções em tempo real, a necessidade de transparência devido a regulamentações como o Open Banking, e a pressão por práticas sustentáveis.
Para superar esses obstáculos, as fintechs devem investir em tecnologias avançadas, adotar soluções rápidas e eficientes, aumentar a transparência dos serviços e integrar atributos sustentáveis e inclusivos às suas propostas.
Cumpre ressaltar a importância de que as fintechs se mantenham em constante colaboração com os reguladores para tornar o processo mais ágil e transparente. Utilizar tecnologias que simplifiquem a conformidade e reduzam custos, além de trabalhar com outras fintechs e instituições para compartilhar recursos e conhecimento, também são medidas essenciais
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