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A identidade sintética é um dos métodos mais sofisticados de fraude, combinando informações reais e fictícias para criar perfis que passam despercebidos pelos sistemas tradicionais de verificação. Esse tipo de fraude tem crescido significativamente nos últimos anos, principalmente no setor financeiro, gerando prejuízos bilionários e desafiando os métodos convencionais de detecção.
A dificuldade em identificar esses perfis fraudulentos torna o problema ainda mais grave, uma vez que os fraudadores podem operar por meses ou anos antes de serem detectados.
Diante desse cenário, é essencial que empresas estejam atentas aos sinais que indicam a presença de uma identidade sintética. A seguir, apresento cinco indícios que podem ajudar a identificar e prevenir esse tipo de fraude.
5 sinais de identidade sintética
A detecção de identidades sintéticas exige atenção a padrões e inconsistências que podem passar despercebidos em análises superficiais. Muito embora essas fraudes sejam elaboradas para imitar perfis legítimos, certos sinais podem indicar a presença de dados manipulados ou fictícios.
A seguir, listarei os principais indícios que ajudam a identificar uma identidade sintética e prevenir possíveis golpes.
1. Incoerências nas informações de contato
Um dos primeiros sinais da presença de uma identidade sintética pode ser identificado ao analisar as informações de contato fornecidas, como endereços residenciais, números de telefone e e-mails. Fraudadores costumam criar combinações de dados que, à primeira vista, podem parecer legítimas, mas, ao serem verificadas em maior detalhe, revelam inconsistências.
Um dos métodos mais comuns envolve a reutilização de endereços em múltiplas contas sem qualquer relação aparente entre os titulares, o que pode indicar a criação de perfis falsos para obter acesso a serviços financeiros.
Os números de telefone também representam um fator importante na detecção desse tipo de fraude. Muitos fraudadores utilizam linhas pré-pagas, que não exigem um cadastro rigoroso, ou recorrem a números descartáveis, que podem ser desativados logo após a abertura da conta.
Essas práticas dificultam a autenticação e impedem o rastreamento adequado do usuário. Endereços de e-mail temporários ou recém-criados também podem ser um indicativo, especialmente quando não apresentam um histórico de uso consistente ou são associados a diversas contas em curto intervalo de tempo.
Exemplo: um banco identifica que um mesmo número de telefone está vinculado a várias contas distintas, sem que haja qualquer relação lógica entre os titulares. Ao investigar mais a fundo, percebe que o endereço residencial cadastrado também se repete em diferentes perfis.
Esses sinais sugerem a possibilidade de que identidades sintéticas estejam sendo utilizadas para fraudes financeiras, exigindo medidas adicionais de verificação.
2. Atividade creditícia inusitada ou repentina
Perfis fraudulentos costumam apresentar comportamentos atípicos quando se trata de solicitação e uso de crédito. Diferente de consumidores reais, que constroem um histórico financeiro ao longo do tempo, identidades sintéticas podem permanecer inativas por meses ou até anos antes de começarem a realizar movimentações significativas.
Essa estratégia permite que os fraudadores driblem sistemas de detecção tradicionais e aumentem as chances de obter crédito antes que a fraude seja identificada.
Outro sinal de alerta é o crescimento acelerado do limite de crédito concedido. Muitas vezes, essas identidades começam com solicitações modestas, mas logo passam a ter acesso a valores elevados, sem um histórico de renda ou comprovação de emprego que justifique essa rápida evolução.
Esse padrão se torna ainda mais suspeito quando os limites são utilizados integralmente em um curto espaço de tempo, principalmente em compras de alto valor ou em saques expressivos.
Exemplo: uma instituição financeira percebe que uma conta recém-aberta, sem registros anteriores de movimentação, recebe um aumento rápido de limite e logo realiza diversas compras em diferentes estabelecimentos. Nenhuma informação consistente sobre a renda ou a ocupação profissional do titular justifica essa expansão repentina.
Esse comportamento pode indicar que a conta foi criada como parte de um esquema de fraude, com a intenção de utilizar o crédito disponível até o limite máximo e abandoná-la antes que qualquer irregularidade seja identificada.
3. Erros em relatórios de crédito
Outro indício que pode sinalizar a presença de uma identidade sintética está nas inconsistências encontradas em relatórios de crédito. Como essas identidades são construídas a partir de dados fictícios, combinados com informações reais obtidas de forma indevida, os registros associados a elas costumam apresentar discrepâncias.
Essas discrepâncias podem incluir divergências em informações pessoais, como variações no nome, datas de nascimento que não correspondem a outras fontes confiáveis e endereços conflitantes em diferentes registros financeiros.
Além dessas inconsistências, outro aspecto relevante é a aparição de contas ou solicitações de crédito que não foram feitas pelo verdadeiro titular dos dados. Como fraudadores criam identidades sintéticas a partir da combinação de informações reais e falsas, os sistemas de crédito podem aceitar esses perfis como legítimos, resultando no surgimento de contas atreladas a indivíduos que nunca as solicitaram.
Esse tipo de irregularidade pode passar despercebido por um tempo, mas tende a ser detectado quando a pessoa afetada revisa seu histórico de crédito ou tenta obter um novo serviço financeiro.
Exemplo: um consumidor acessa seu relatório de crédito para verificar suas contas ativas e descobre registros de instituições financeiras com as quais nunca teve relacionamento ou solicitações de empréstimos e cartões de crédito que ele jamais realizou.
Essa situação indica que um fraudador pode ter utilizado parte de suas informações verdadeiras, combinadas com outros dados falsificados, para criar uma identidade sintética e obter crédito de forma indevida.
4. Solicitações de autenticação para contas não reconhecidas
Empresas que acompanham tentativas de autenticação em seus sistemas podem perceber padrões incomuns que indicam atividades fraudulentas. Uma das estratégias utilizadas por criminosos que criam identidades sintéticas é testar credenciais em diferentes plataformas para verificar quais acessos são aceitos.
Esse processo pode envolver tentativas repetidas de login com pequenas variações nos dados, o uso de dispositivos e redes suspeitas ou a tentativa de recuperar acessos que nunca pertenceram ao suposto titular da conta.
Esse tipo de comportamento é um alerta importante, pois demonstra que a identidade sintética ainda está em fase de validação. Os fraudadores buscam identificar quais serviços aceitam os dados inseridos sem levantar suspeitas, permitindo que possam avançar para fraudes mais sofisticadas posteriormente.
Essa prática é especialmente comum em plataformas financeiras e serviços digitais que oferecem acesso a crédito, benefícios ou movimentação de dinheiro.
Exemplo: uma fintech especializada em concessão de crédito percebe um aumento repentino no número de tentativas de login falhas. O que chama atenção é que essas tentativas ocorrem em contas distintas, mas apresentam um padrão semelhante: todas são feitas a partir do mesmo endereço IP ou do mesmo dispositivo.
Esse comportamento indica que um fraudador pode estar testando credenciais de identidades sintéticas antes de usá-las para abrir contas ou solicitar empréstimos fraudulentos.
5. Rejeição de solicitações com bom histórico financeiro
Um fator que pode indicar a presença de uma identidade sintética é a rejeição inesperada de solicitações de crédito ou de outros serviços financeiros, mesmo quando o solicitante parece ter um histórico positivo.
O motivo disso é que, embora fraudadores consigam construir perfis bem estruturados ao longo do tempo, sistemas modernos de análise de risco são capazes de detectar inconsistências que não seriam perceptíveis a olho nu.
A recusa pode ocorrer devido a divergências em informações cadastrais, padrões incomuns de movimentação financeira ou anomalias nos registros de crédito. Em alguns casos, os fraudadores criam uma identidade sintética e a utilizam de maneira controlada para estabelecer um histórico confiável.
Entretanto, quando tentam acessar produtos financeiros mais robustos, como empréstimos de valores elevados ou cartões de crédito premium, os mecanismos de segurança podem identificar detalhes que não condizem com um perfil autêntico.
Outro fator que leva à recusa é a incompatibilidade entre os dados informados e aqueles disponíveis em fontes oficiais, como bancos de dados governamentais ou agências de crédito. Pequenas discrepâncias na documentação, datas de nascimento conflitantes ou variações no nome e endereço podem levantar suspeitas e levar à negação da solicitação.
Exemplo: um cliente que sempre quitou suas dívidas dentro do prazo e possui um histórico financeiro exemplar solicita um novo cartão de crédito com limite maior. No entanto, a análise automatizada identifica que o CPF informado aparece associado a múltiplos endereços residenciais nos últimos meses, sem um padrão consistente.
Há, também, registros de consultas a crédito em instituições diferentes em um curto período de tempo. Como resultado, a solicitação é recusada, pois os dados indicam um possível caso de identidade sintética.
Como prevenir fraudes envolvendo identidade sintética
A prevenção contra identidades sintéticas exige a aplicação de tecnologias sofisticadas que permitam validar a autenticidade dos usuários e identificar padrões irregulares. Entre as estratégias mais eficazes estão:
Uso de biometria avançada
A autenticação por biometria facial e impressão digital garante que a identidade pertence a uma pessoa real, reduzindo o risco de fraudes baseadas em dados falsos ou roubados. Essas tecnologias utilizam algoritmos de reconhecimento para comparar características únicas do usuário com registros previamente cadastrados.
Detecção de liveness
Para evitar fraudes que utilizam fotos, vídeos ou máscaras 3D, a tecnologia de liveness verifica se há sinais de vida no momento da autenticação. Esse processo pode incluir a análise de microexpressões, piscar dos olhos ou mudanças sutis na iluminação da pele, impedindo que fraudadores utilizem imagens manipuladas para se passarem por outra pessoa.
Monitoramento de anomalias
A análise contínua do comportamento dos usuários ajuda a identificar padrões suspeitos. Transações incomuns, variações repentinas no perfil de crédito ou tentativas frequentes de autenticação podem indicar tentativas de fraude. Ferramentas baseadas em IA permitem detectar essas irregularidades em tempo real e bloquear ações suspeitas antes que causem prejuízos.
Empresas que investem nessas soluções têm mais chances de reduzir os riscos e proteger seus sistemas contra a fraude.
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