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Tendências em verificação de identidade para 2025: conheça as 5

Written by Ivan de Souza | Apr 22, 2025 1:00:00 PM

Em 2025, o aumento das fraudes de identidade digital tornou imprescindível conhecer bem os seus clientes. Por isso, fintechs, empresas de "compre agora, pague depois" (BNPL), instituições financeiras não bancárias (IFNB), operadoras de telecomunicações e marketplaces, vem priorizando as tendências em verificação de identidade e adotando novas camadas de autenticação digital em seus processos.

Por isso, hoje quero falar com você sobre as soluções que estão moldando o futuro da verificação de identidade — cinco tendências que estão definindo a agenda na América Latina e em outros mercados em desenvolvimento, e que vale a pena considerar ao planejar sua estratégia para os próximos meses.

Dados recentes sobre fraude e verificação de identidade

Nos Estados Unidos, aproximadamente 15 milhões de adultos foram vítimas de fraude de identidade em 2023, com perdas que chegaram a US$23 bilhões, representando um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

Um estudo da Mitek Systems mostra que, em 2024, houve um aumento de 5% nas tentativas de fraude ao consumidor na Espanha, totalizando 90%. Entre as vítimas, 61% relataram perdas inferiores a 500, enquanto 12% mencionaram prejuízos superiores a 5.000. Apenas 50% dos afetados conseguiram recuperar seus fundos, ressaltando a urgência de medidas de proteção mais rigorosas.

Concomitantemente, segundo a BusinessWire, em 2024, a cada cinco minutos foi registrado um ataque com uso de deepfake, enquanto as falsificações de documentos digitais cresceram 244% em relação ao ano anterior.

Já no México, 45% das empresas enfrentaram tentativas ou a efetivação de fraudes, sendo o roubo de identidade responsável por 44% desses casos. A fraude de identidade no setor fintech cresceu 151% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior.

No Brasil, por sua vez, o cenário também se mostra preocupante. A Folha de São Paulo relata 17% de aumento em perdas financeiras por golpes em 2024, totalizando R$10,1 bilhões. Fraudes envolvendo canais eletrônicos e cartões de débito foram responsáveis pela maior parte dessas perdas. As fraudes via Pix cresceram 43%, resultando em prejuízos acumulados de R$ 2,7 bilhões em dois anos. ​

Adicionalmente, uma pesquisa do Instituto DataSenado revelou que 24% dos brasileiros com mais de 16 anos foram vítimas de golpes digitais nos últimos 12 meses, o que representa mais de 40 milhões de pessoas. Esses crimes incluem clonagem de cartão, fraudes na internet e invasão de contas bancárias. 

A Serasa Experian apontou que, no primeiro semestre de 2024, houve uma tentativa de fraude em ambiente digital a cada três segundos no Brasil. Foram registradas 5,3 milhões de ocorrências evitadas no período, com 60,4% das tentativas identificadas por inconsistências nos dados cadastrais e 33,2% por padrões fraudulentos relacionados à autenticidade de documentos e validação biométrica. 

As 5 principais tendências em verificação de identidade para 2025

Por todo o continente americano, as empresas vêm se movimentando no sentido de aprimorar seus processos de verificação de identidade e combater as fraudes eletrônicas. Nesse sentido, 5 estratégias despontam como as principais tendências que pautarão o as políticas de cybersegurança corporativa em 2025. Confira a seguir.

1. Verificação biométrica avançada: precisão e experiência do usuário

Em 2025, o foco se volta para modelos multimodais que integram múltiplos fatores, como voz, padrão da íris ou até características comportamentais dinâmicas, como a forma de digitar ou interagir com o dispositivo.

Essa combinação fortalece a precisão da verificação e permite construir esquemas de autenticação adaptativos conforme o nível de risco ou a operação a ser validada.

Na América Latina, várias fintechs e plataformas BNPL estão incorporando esses sistemas em seus processos de onboarding remoto.

O setor de telecomunicações também está avançando com soluções específicas: a Claro Brasil, por exemplo, utiliza biometria de voz como mecanismo de autenticação em serviços de atendimento e suporte ao cliente, reduzindo tempos operacionais e aumentando a segurança em transações sensíveis.

A adoção dessas soluções responde a uma expectativa clara do usuário: autenticar-se de forma ágil, com garantias de privacidade e sem comprometer a segurança

Para isso, as empresas precisam operar dentro de marcos regulatórios cada vez mais rigorosos em proteção de dados, que exigem transparência, rastreabilidade e fornecedores certificados com padrões éticos e técnicos rigorosos.

Pontos-chave que definem essa tendência em 2025:

  • Crescimento do uso de biometria multimodal para adaptar a autenticação ao risco e ao canal;
  • Maior precisão na detecção de fraudes com a combinação de dados físicos e comportamentais;
  • Consolidação do uso de prova de vida ativa e passiva nos processos de onboarding;
  • Regulamentações de privacidade exigem mais controles sobre o armazenamento e tratamento de dados biométricos.

2. Identidade digital descentralizada: a ascensão do blockchain

A identidade digital descentralizada (DID), baseada em tecnologia blockchain, permite que você administre diretamente seus atributos digitais e decida quando e sob quais condições deseja compartilhá-los. Essa abordagem elimina a dependência de intermediários e fortalece a privacidade já na arquitetura do sistema.

O conceito se alinha aos princípios de identidade auto-soberana (SSI), que redefine a relação entre usuários e plataformas: não se trata mais de validar informações em bases externas, mas de verificar credenciais controladas pelo próprio titular e emitidas por entidades confiáveis

Na América Latina, essa tecnologia começa a sair dos laboratórios e ganhar aplicação prática. Diversas plataformas de prestação de serviços vêm avaliando o potencial da identidade descentralizada para autenticar seus profissionais com segurança, especialmente em contextos com alta rotatividade ou informalidade contratual.

No Brasil, o Governo Federal, por meio do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), está investindo no desenvolvimento de uma identidade digital autossoberana. Esse modelo permitirá que os cidadãos armazenem seus documentos de forma segura em uma carteira digital, controlando o acesso aos seus dados pessoais a partir de um único aplicativo.

Em reforço, o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) oficializou o uso de blockchain para certificar data e hora em documentos oficiais do governo, aumentando a segurança e a confiabilidade dos registros digitais.

No estado de Minas Gerais, a tecnologia blockchain foi implementada na emissão da Carteira de Identidade Nacional (CIN), garantindo maior segurança e rastreabilidade no processo. Minas Gerais foi o primeiro estado a emitir 2 milhões de CINs utilizando validação em blockchain.

Essas são apenas algumas iniciativas que refletem o compromisso do Brasil em adotar tecnologias avançadas para aprimorar a segurança e a eficiência na gestão de identidades digitais e dados pessoais.

O valor agregado da identidade descentralizada vai além da proteção de dados: ela também possibilita modelos de verificação mais ágeis, adaptáveis a diferentes setores e compatíveis com marcos legais como a Lei Fintech e a Lei de Proteção de Dados Pessoais

Aspectos-chave dessa tendência em expansão:

  • Redução do risco associado ao armazenamento centralizado de dados pessoais;
  • Aumento da autonomia do usuário sobre suas credenciais verificáveis;
  • Implementação gradual em setores como governo digital, logística e marketplaces;
  • Compatibilidade com ambientes regulados que exigem rastreabilidade e consentimento explícito;
  • Potencial de integração com fluxos de verificação existentes por meio de APIs e carteiras digitais.

3. Autenticação sem senhas: além do login tradicional

Em 2025, a autenticação sem senhas se consolida como prática padrão entre empresas que priorizam a experiência de acesso, a redução de vetores de ataque e a eficiência operacional.

Essa abordagem utiliza métodos como biometria, tokens físicos, chaves criptográficas vinculadas a dispositivos e autenticação baseada em risco. Além de reduzir o impacto de ameaças como phishing, ela permite fluxos de acesso mais fluidos e contextuais.

Organizações de diferentes setores já estão adotando. No setor financeiro, plataformas como a Bitso integraram autenticação biométrica e verificação de dispositivos móveis como etapa única de acesso.

No Brasil, a adoção de tecnologias de autenticação avançadas tem ganhado destaque no setor bancário. De acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2024, realizada pela Deloitte Consultoria, sete em cada dez bancos brasileiros (75%) utilizam a biometria facial na identificação de clientes. 

Ademais, instituições como o C6 Bank implementaram a autenticação de transações financeiras por biometria facial, independentemente do sistema operacional do celular, reforçando a segurança e a conveniência para os usuários. 

Essas iniciativas estão alinhadas com os padrões da FIDO Alliance, que promovem mecanismos de autenticação forte, especialmente em serviços financeiros, telecomunicações e serviços públicos digitais. A FIDO Alliance é uma organização que estabelece padrões abertos para autenticação baseada em criptografia, visando reduzir a dependência de senhas e melhorar a segurança online.

Por que a autenticação sem senha ganha protagonismo:

  • Reduz significativamente o risco de fraudes por phishing ou roubo de credenciais;
  • Diminui os custos operacionais com redefinição de senhas;
  • Melhora a conversão ao eliminar fricções no acesso;
  • Permite verificações invisíveis ao usuário, porém rastreáveis e auditáveis;
  • Atende aos requisitos de autenticação forte exigidos por reguladores em setores críticos.

4. Automação inteligente: IA e machine learning contra fraudes

A adoção de inteligência artificial e aprendizado de máquina nos processos de verificação está transformando a forma como as empresas identificam e previnem riscos. Em vez de processos manuais ou regras fixas, a automação inteligente permite avaliar centenas de variáveis em milissegundos e adaptar a resposta conforme o contexto.

Essa capacidade é especialmente útil para detectar padrões de fraude emergentes, documentos falsificados, deepfakes ou inconsistências comportamentais. Com o treinamento contínuo dos modelos, os sistemas aprendem a identificar desvios mesmo sem histórico anterior.

Fintechs e plataformas BNPL estão entre as primeiras a adotar esses sistemas. A Clip, por exemplo, implementou IA para filtrar perfis de alto risco em tempo real no onboarding.

A tecnologia de machine learning vem sendo utilizada para detectar anomalias na criação de contas ou uso inicial do produto, permitindo bloquear ameaças sem intervenção manual. Além do impacto na prevenção de fraudes, a automação reduz prazos operacionais, elimina erros humanos e gera rastreabilidade completa para auditorias ou exigências regulatórias.

Vantagens estratégicas da automação com IA em verificação:

  • Análise dinâmica de documentos, biometria, geolocalização e comportamento do usuário;
  • Detecção de fraudes em tempo real, com decisões automatizadas e escaláveis;
  • Redução de falsos positivos e melhora na experiência do usuário;
  • Conformidade com normas que exigem monitoramento contínuo de riscos;
  • Integração com orquestradores de identidade para verificações adaptativas.

5. Identidade como orquestra: credenciais digitais e JTO

A gestão de identidade em ambientes digitais deixou de ser um processo linear. Em 2025, ganha força uma abordagem mais sofisticada: a orquestração de identidade, ou Journey Time Orchestration (JTO). Essa tecnologia permite criar fluxos de verificação dinâmicos, que se ajustam em tempo real ao risco percebido, ao canal utilizado e ao comportamento do usuário.

A esse modelo somam-se as credenciais digitais: documentos ou atributos verificáveis emitidos por órgãos oficiais ou entidades privadas, validados automaticamente nesses fluxos. O resultado é um modelo mais modular, interoperável e eficiente - tanto para empresas quanto para usuários finais.

Nas telecomunicações, operadoras usam orquestração de identidade para diferenciar a verificação entre clientes pré e pós-pago, conforme histórico e sensibilidade do serviço. Já no setor financeiro não-bancário, IFNBs que atendem pequenas empresas usam credenciais digitais emitidas por câmaras de comércio ou órgãos fiscais para validar identidade e atividade econômica em um único passo.

A orquestração também permite integrar múltiplas fontes de dados — de bases governamentais a redes sociais e comportamentos em aplicativos — sem exigir ações extras do usuário - o que melhora a conversão, reduz custos operacionais e fortalece a segurança.

Aspectos que posicionam a orquestração e credenciais digitais como soluções-chave:

  • Permitem verificação escalonada conforme o risco e contexto do usuário;
  • Facilitam o compliance ao registrar cada decisão em tempo real;
  • Integram múltiplas fontes de verificação em um fluxo inteligente;
  • Melhoram a taxa de conclusão em onboarding e recuperação de contas;
  • Preparam as empresas para um ecossistema interoperável, com identidades digitais seguras e verificáveis entre plataformas.

E o marco regulatório? Expectativas crescentes no Brasil

No Brasil, os órgãos reguladores também acompanham de perto a evolução das tecnologias de identificação digital. O Banco Central, por exemplo, tem promovido a digitalização segura por meio de iniciativas como o programa Gov.br, que centraliza serviços públicos com autenticação digital, e a integração com o PIX, que exige validações rigorosas de identidade.

Em reforço, normas como a Resolução nº 4.753/2019 do CMN e as diretrizes da LGPD reforçam a importância de processos de Know Your Customer (KYC) mais robustos.

Cresce, portanto, a pressão para que empresas adotem mecanismos de verificação mais eficientes e confiáveis. Conforme os consumidores exigem agilidade e transparência e segurança em cada etapa, a confiança deixa de ser um bônus e passa a ser uma exigência estratégica - sobretudo em um país com histórico de fraudes digitais e ainda marcado por desigualdades no acesso a serviços financeiros.

Não resta qualquer dúvida, portanto, do quanto a verificação de identidade em 2025 representa uma vantagem competitiva. Por isso, lhe deixo meu convite a clicar aqui e conhecer agora mesmo a solução de validação de identidade digital da Truora