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Quando falamos em segurança de dados e verificação de identidade, fica evidente o quanto os ataques de spoofing se tornaram recorrentes e preocupantes. Cada vez mais, golpistas tentam se passar por pessoas, empresas ou sistemas legítimos a fim de se beneficiar indevidamente. Mais do que nunca, se faz necessário que as empresas se atentem a práticas de segurança digital e KYC.
Pensando nisso, hoje vou apresentar os 7 tipos mais comuns de spoofing que você precisa conhecer para identificar os sinais de risco e adotar medidas preventivas eficazes. A cada dia surgem novas técnicas, cada vez mais sofisticadas, o que exige atenção constante.
Em um cenário digital dinâmico e vulnerável, é fundamental desenvolver uma postura orientada à proteção e garantir que os processos de identificação estejam preparados para distinguir usuários reais de tentativas fraudulentas. Conhecer bem quem são os seus clientes é uma parte essencial dessa estratégia. Vamos lá?
O que é spoofing?
No contexto da cibersegurança, o termo spoofing se refere a um conjunto de táticas utilizadas por agentes mal-intencionados para falsificar a identidade própria ou de fontes aparentemente confiáveis, com o objetivo de enganar usuários e obter vantagens indevidas.
Trata-se de uma prática que se apoia na manipulação da percepção das vítimas, fazendo com que elas acreditem estar interagindo com uma pessoa, empresa ou sistema legítimo.
Essas ações enganosas podem se manifestar de várias formas. Um exemplo comum é o envio de e-mails fraudulentos que imitam comunicações de instituições bancárias, solicitando informações pessoais ou financeiras. Também há casos em que sites são replicados com perfeição para enganar visitantes desatentos, levando-os a inserir dados confidenciais em páginas falsas.
Em outras situações, golpistas utilizam chamadas telefônicas com identificadores adulterados, fazendo parecer que a ligação vem de um número confiável, como o de uma empresa conhecida ou até de um contato pessoal da vítima.
Essas estratégias demonstram o grau de sofisticação que esse tipo de ataque pode alcançar, tornando ainda mais importante compreender como funcionam e como se proteger.
Por que esse tipo de fraude está crescendo nos ambientes digitais?
A resposta está diretamente ligada ao quanto dependemos da tecnologia no dia a dia. Atualmente, grande parte das nossas atividades passa pelo ambiente digital: controlamos contas bancárias por aplicativos, trocamos mensagens que contêm dados pessoais e realizamos transações comerciais com poucos cliques.
Grande parte dessas ações acontece sem qualquer contato físico ou visual, baseando-se na confiança de que estamos interagindo com uma pessoa ou organização legítima do outro lado da tela.
Os golpistas têm plena consciência desse cenário. Quando a comunicação ocorre à distância, torna-se muito mais simples para eles assumirem identidades falsas por meio de interfaces digitais, criando uma aparência confiável que, na prática, não corresponde à realidade.
Para piorar, há uma ampla oferta de ferramentas que facilitam a falsificação de e-mails, números de telefone, endereços IP e outros dados — muitos desses recursos são de fácil acesso e não exigem conhecimento técnico avançado.
Dentro desse contexto, compreender como esses ataques costumam ocorrer e adotar medidas eficazes de prevenção torna-se indispensável para manter a segurança de informações e evitar prejuízos tanto pessoais quanto corporativos.
Os 7 ataques de spoofing mais comuns
A seguir, veja sete tipos de spoofing frequentes, com exemplos, e estratégias para detectar e combater cada um.
1. Falsificação de identidade por e-mail (Email spoofing)
O atacante falsifica o endereço de e-mail para que pareça que a mensagem vem de uma fonte confiável. Isso é feito manipulando cabeçalhos ou usando domínios parecidos (trocando, por exemplo, uma letra “o” por um zero). O objetivo costuma ser o phishing: fazer o destinatário clicar em links maliciosos ou fornecer informações sensíveis.
Exemplo: você recebe um e-mail de “suporte@meubancocn.com” (semelhante a meubanco.com), pedindo para “verificar sua conta”. Se não prestar atenção, pode cair no golpe.
2. Falsificação de endereço IP (IP spoofing)
O criminoso altera os pacotes de dados para que pareçam originar-se de outro endereço IP. Isso permite burlar filtros de segurança ou lançar ataques como os DDoS, sobrecarregando servidores com tráfego falso sem ser facilmente rastreado.
Exemplo: seu servidor trava por milhares de acessos aparentemente vindos de vários países. Mas todos os IPs foram forjados para esconder o real atacante.
3. Falsificação de sites (Website spoofing)
Golpistas copiam sites legítimos (como bancos ou redes sociais), reproduzindo design, cores e logotipos, mudando apenas pequenos detalhes no endereço (como usar .co no lugar de .com). Muitos ainda se posicionam bem em buscas usando SEO malicioso.
Exemplo: você pesquisa “Facebook” no Google, clica em um anúncio e cai em “faceb00k.com”, uma cópia perfeita do site. Ao digitar suas credenciais, entrega seus dados sem perceber.
4. Falsificação de chamadas telefônicas (Caller ID spoofing)
Os golpistas falsificam o número exibido no seu celular, simulando um contato conhecido ou uma empresa confiável. Uma vez que você atende, fingem ser do suporte ou segurança para obter dados confidenciais.
Exemplo: você recebe uma ligação com o identificador “Banco XYZ”. Alertam sobre movimentações suspeitas e pedem usuário e senha. Parece legítimo, mas é golpe.
5. Falsificação por SMS (SMS spoofing)
Funciona como o anterior, mas por mensagens de texto. O nome do remetente é alterado para parecer de uma empresa real, como um banco ou operadora. O objetivo é levar o usuário a clicar em links falsos (smishing).
Exemplo: chega um SMS de “CLARO” dizendo que você ganhou um prêmio. O link parece confiável, mas leva a um site malicioso que rouba dados ou instala vírus.
6. Falsificação ARP (ARP spoofing)
Mais técnica, ocorre em redes locais. O invasor envia mensagens ARP falsas, associando seu endereço MAC ao IP de outro dispositivo (como o roteador), interceptando os dados destinados a outros.
Exemplo: em um escritório, um intruso se posiciona entre seu computador e o servidor, capturando senhas sem que você perceba. É um ataque silencioso que compromete a privacidade.
7. Falsificação de DNS (DNS spoofing)
O atacante manipula servidores DNS para redirecionar o usuário a sites falsos, mesmo digitando corretamente a URL. O DNS funciona como uma lista telefônica: traduz nomes como “www.seubanco.com” em endereços IP. Se essa lista for adulterada, o navegador te leva ao site errado.
Exemplo: você digita corretamente o site de pagamentos, mas o DNS da sua rede foi comprometido e redireciona você a um clone. O site parece legítimo, mas o certificado de segurança está errado. Seus dados são roubados sem que perceba.
Como prevenir e combater o spoofing
Agora que você já conhece os principais tipos de falsificação, é hora de entender como se proteger de maneira prática e eficiente.
Desconfie de mensagens inesperadas
Se receber um e-mail, ligação ou mensagem que solicite dados confidenciais ou ações imediatas, como clicar em um link ou baixar um arquivo, redobre a atenção, pois trata-se de um método muito comum utilizado por golpistas para induzir a vítima ao erro.
Esses ataques muitas vezes vêm acompanhados de mensagens alarmantes, tentando gerar pressa ou medo, justamente para reduzir o pensamento crítico no momento da decisão.
Sempre que possível, evite clicar em links enviados por remetentes desconhecidos. Caso a mensagem pareça vir do seu banco, operadora ou empresa de confiança, prefira acessar o site digitando o endereço diretamente no navegador.
Verifique com atenção os detalhes de e-mails e páginas da web
Antes de confiar em um conteúdo, observe o endereço de e-mail com atenção. Trocas sutis de letras, domínios estranhos ou erros de digitação podem passar despercebidos à primeira vista, mas são indícios claros de falsificação.
Já nos sites, é importante confirmar se a URL está escrita corretamente, se começa com "https://" e se o ícone de cadeado aparece ao lado do endereço — sinais de que a conexão é protegida. Textos mal escritos, formulários incompletos ou elementos visuais mal ajustados também devem acender o sinal de alerta.
Contar com um gerenciador de senhas pode ser útil nesses casos: ele não preencherá automaticamente informações em páginas que não correspondem ao site original.
Evite compartilhar dados sensíveis em canais que não são seguros
Instituições financeiras, órgãos públicos e empresas sérias não solicitam senhas, números de cartão ou códigos de segurança por e-mail, SMS ou ligação. Se alguém solicitar esse tipo de informação, o melhor a fazer é encerrar o contato imediatamente e buscar o atendimento por meio dos canais oficiais. Proteger suas informações é o primeiro passo para evitar prejuízos maiores.
Mesmo mensagens que parecem confiáveis podem ser falsas. Cibercriminosos usam nomes de pessoas conhecidas, logotipos reais e até trechos de conversas anteriores para dar aparência legítima à fraude. Por isso, é importante manter a cautela diante de qualquer pedido inesperado.
Sempre que houver dúvida, é preferível aguardar e confirmar a veracidade do contato com a instituição. Essa postura mais cuidadosa pode evitar perdas financeiras, exposição de dados pessoais e dores de cabeça futuras.
Use ferramentas confiáveis de segurança digital
Instalar um bom antivírus é fundamental, pois ele pode impedir ameaças mesmo quando você comete algum deslize. Os filtros de spam ajudam a bloquear mensagens enganosas antes que elas cheguem até você.
Para quem gerencia redes corporativas, vale investir em medidas como autenticação por IP, filtros de pacotes e protocolos seguros como SSH e HTTPS. Atualizar sistemas e ferramentas com frequência também reduz brechas que podem ser exploradas por atacantes.
Firewalls bem configurados, segmentação de rede e monitoramento contínuo contribuem para detectar comportamentos suspeitos e evitar acessos indevidos. A segurança digital começa com ações simples, mas exige consistência e atenção constante para ser realmente eficaz.
Ative a verificação em duas etapas sempre que possível
A autenticação em dois fatores cria uma barreira extra de proteção. Assim, mesmo que sua senha seja descoberta, a pessoa mal-intencionada ainda dependerá de um segundo fator de autenticação — como um código enviado por SMS, um aplicativo autenticador ou até mesmo uma biometria.
Esse recurso está disponível em serviços bancários, e-mails, redes sociais e diversas outras plataformas - sendo recomendável ativá-lo sempre que estiver disponível, inclusive em contas que parecem menos importantes. Afinal, um acesso comprometido pode servir como ponto de partida para ataques mais amplos.
Quando aplicada corretamente, essa camada adicional reduz significativamente os riscos de acesso não autorizado, mesmo em casos de vazamentos de dados.
Use gerenciadores de senhas e evite reutilizar combinações
Ferramentas de gerenciamento de senhas facilitam a criação de senhas longas, seguras e diferentes para cada serviço utilizado. Caso uma delas seja comprometida, as demais permanecem protegidas. Esses gerenciadores ajudam a identificar páginas falsas, pois se recusam a preencher credenciais em sites desconhecidos ou clonados.
Outro benefício está na praticidade: você não precisa memorizar dezenas de senhas. Basta criar uma senha forte e única para acessar o cofre principal. A partir daí, o próprio gerenciador faz o trabalho pesado, preenchendo os dados com segurança. Essa prática reduz a chance de erros e evita o uso de senhas fracas ou repetidas, que são um alvo fácil para ataques automatizados.
A adoção desse tipo de ferramenta é uma forma eficaz de manter suas contas mais protegidas, mesmo diante de tentativas frequentes de invasão.
Compartilhe esse tipo de conhecimento com outras pessoas
A segurança digital se fortalece quando todos à sua volta também estão atentos. No ambiente de trabalho, ofereça treinamentos periódicos sobre golpes comuns e simule situações reais para testar o preparo dos membros da equipe.
Em casa, converse com familiares, especialmente os mais jovens e os mais velhos, sobre os riscos e como reagir diante de situações suspeitas. O fortalecimento coletivo da consciência digital faz toda a diferença.
Se você gerencia sites ou se comunica por e-mails corporativos, adote medidas técnicas
Implemente protocolos como SPF, DKIM e DMARC para garantir que os e-mails da sua empresa não sejam facilmente falsificados. Certificados SSL/TLS válidos também devem ser utilizados para assegurar conexões seguras com o site institucional.
Investir em camadas adicionais de segurança, como proteção contra pharming e ferramentas de monitoramento de domínio, contribui para preservar a imagem da empresa e garantir a confiança dos usuários.
Educação e tecnologia para proteger a identidade do spoofing
O spoofing se aproveita de qualquer descuido, mas conhecer suas formas mais comuns e aplicar boas práticas reduz muito o risco. Ferramentas como autenticação em dois fatores, gerenciadores de senhas e softwares atualizados adicionam camadas de proteção que fazem a diferença.
Quer blindar sua empresa contra o spoofing e outras ameaças? Entre em contato com a Truora e fale com os nossos especialistas para descobrir como fortalecer a confiança nos seus processos digitais.